Martín Benítez voltou para reforçar o Vasco nas últimas dez rodadas do Campeonato Brasileiro. Retorno bem vindo para manter o time "longe da zona da confusão", em referência à velha expressão do técnico Vanderlei Luxemburgo. Será dele a missão de encontrar um lugar para o argentino na equipe justamente no momento em que as últimas atuações sinalizam que o Cruz-maltino finalmente encontrou uma escalação mais confiável para terminar a temporada. E agora? Luxemburgo faz o trabalho dele, afirma que Benítez não tem lugar cativo no time, uma maneira de não desmotivar os titulares que estão mais ameaçados, ao menos na teoria, de deixar a equipe titular para a entrada do argentino: Talles Magno, Juninho e Yago Pikachu. Ao mesmo tempo que tem motivos para escalar o camisa 10, o técnico também já soma razões para manter o Vasco como está. No fim das contas, o apelo de Benítez, contratação que o Vasco gastou o que não tem (R$ 1,3 milhão) para fazer, deve pesar e o argentino ganhará uma vaga como titular, para a alegria da torcida. Como Luxemburgo pode então escalá-lo para manter o bom desempenho no "campeonato" que o time está jogando, no qual soma uma vitória e um empate em 12 jogos a serem disputados? Aberto pela direita Das 15 partidas em que foi titular no Campeonato Brasileiro, em seis ele começou aberto pela direita. Foi um setor do campo em que ele se acostumou mais a jogar no Vasco, uma vez que, no Independiente, atuava mais pela esquerda ou centralizado. Neste caso, ele entraria no lugar de Yago Pikachu, um dos jogadores que Vanderlei Luxemburgo tenta recuperar neste retorno ao Vasco.
Centralizado É uma região do campo que Benítez domina bem. No Brasileiro, jogou por seis vezes como o meia de ligação mais clássico, um legítimo camisa 10. Nela, pode distribuir o jogo para todas as direções. Acionar Talles Magno e Yago Pikachu com passes em diagonal e tentar um passe aprofundado para Cano. Barraria Juninho, garoto que Luxemburgo tem elogiado pelo drible e vigor físico para chegar ao ataque.
Aberto pela esquerda Benítez gosta de jogar neste setor, mas, devido à presença de Talles Magno na equipe titular do Vasco, pouco o fez: foram apenas três vezes em 15 partidas no Brasileirão. É uma posição que dá ao argentino a possibilidade de puxar a bola para o pé direito e com ele acionar os companheiros em diagonal ou tentar a finalização. Sem a velocidade para ir à linha de fundo, abriria espaço para os avanços de Henrique na lateral.
No lugar de Colo Gil
Quem prestou bastante atenção na formação tática do Vasco contra o Botafogo percebeu que Colo Gil, apesar de ser volante, jogou como meia, inclusive muitas vezes caindo na esquerda para jogar com Henrique e Talles Magno. Se o técnico Vanderlei Luxemburo quiser ousar, pode trocar um argentino pelo outro e deixar o time mais ofensivo. A vantagem é que tanto Benítez quanto Juninho já mostraram que são capazes de recompor também na marcação.
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