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Vasco tem dívida acumulada de R$ 6 milhões com os últimos 6 técnicos que passaram pelo clube

Zé Ricardo, provável novo técnico do Vasco, vive um caso raro em São Januário. É o único treinador que, nos últimos anos, recebeu tudo o que tinha direito após deixar o clube. Desde 2 de junho de 2018, quando o então comandante pediu demissão, outros seis profissionais passaram pelo Vasco. Alguns recorreram à Justiça, outros fizeram acordos e há situações de quem não ganhou sequer um centavo até ser demitido, como é o caso de Ricardo Sá Pinto, desligado na terça-feira. Todos, porém, têm dinheiro a receber - entre salários, direitos trabalhistas e dívidas - por contratos firmados na gestão Alexandre Campello e são mais um exemplo da crise financeira vivida pelo clube. A soma do valor devido é pouco superior a R$ 6 milhões. Veja a situação de cada ex-treinador vascaíno Zé Ricardo (2017/2018) Contratado ainda na gestão Eurico Miranda, pediu demissão em 2 de junho de 2018 após eliminação na Libertadores e perda do título do Carioca para o Botafogo. Fez um acordo para receber salários e direitos de imagem em atraso - o treinador abriu mão da multa prevista na negociação pelos atrasados. O parcelamento atrasou no começo do ano, mas foi finalizado, de acordo com a advogada Joana Prado, que representa o treinador, em dezembro de 2020. Antes da demissão de Sá Pinto e da negociação para seu retorno. Jorginho (2018) Contratado por Campello para substituir Zé Ricardo, Jorginho durou apenas dez jogos. Não resistiu à má campanha no Brasileirão. Ele entrou na Justiça em outubro de 2017, após a primeira passagem pelo clube, que durou de 2015 a 2016 - esta na gestão Eurico. O processo correu até ele voltar a São Januário em 2018. Após a nova demissão, acordou de receber o que tinha direito no mesmo processo. A Justiça, então, homologou acordo entre as partes. A execução de R$ 859.641,83 foi iniciada em 23 de outubro de 2019. Ainda está recebendo. Alberto Valentim (2018/2019) Entrou na Justiça em agosto de 2019 após ser demitido em abril. Em sentença datada de 17 de outubro daquele ano, teve ganho de causa no valor de R$ 1.457.455,14 por salários atrasados, 13º, férias e FGTS. O valor foi reduzido, após contestação do Vasco, para R$ 1.369.085,62 em 19 de novembro. Segundo o advogado João Chiminazzo, que representa o treinador, o processo está para entrar no Ato Trabalhista e, por ora, Valentim ainda não recebeu o que tem direito. Vanderlei Luxemburgo (2019) Foi a partir da contratação dele, em maio, que o Vasco se recuperou e escapou do rebaixamento no Brasileirão do ano passado. Não permaneceu em 2020 por desacerto salarial com Campello. Luxa preferiu não entrar na Justiça e fez um acordo para receber o salário referente aos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, além do 13º e do valor do FGTS que não foram pagos. O total é pouco superior a R$ 1 milhão. Na combinação, receberá ainda o investimento que fez do próprio bolso no Playertek - dispositivo rastreador com GPS que coleta dados dos jogadores. Ainda está recebendo. Abel Braga (2020) Não recebeu nenhum salário de janeiro a marco de 2020, quando pediu para sair. Dívida é de R$ 1 milhão, valor que contempla ainda a comissão técnica formada por Leomir (auxiliar), Flavio de Oliveira (preparador físico), Marquinhos Lopes (preparador de goleiros) e Alex Sandro Martins (analista de desempenho). Por ora, não ingressou na Justiça. Ramon Menezes (2020) Demitido em outubro, fez um acordo para receber o que tinha direito de forma parcelada. O combinado tem sido cumprido. Ricardo Sá Pinto (2020) Não recebeu nenhum salário desde que chegou ao clube em outubro, assim como toda a comissão técnica que veio com ele. O custo de todos os portugueses era de R$ 600 mil por mês, o que totaliza R$ 1,8 milhão no período. Além do treinador, a comissão era formada pelo auxiliar Rui Mota, o preparador físico Miguel Moreira e o analista Igor Dias.


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