No pedido para que o plano de pagamento dos credores no Regime Centralizado de Execuções seja aceito pela Justiça, o Vasco foi obrigado a estipular os diferentes cenários financeiros do clube para 2022. O GLOBO teve acesso ao documento, em que a diretoria apresenta seus cálculos para o próximo ano, com ou sem retorno à Série A.
O time em campo corta um dobrado para conseguir entrar no G4 da Série B, a seis rodadas do fim da competição — sexta-feira, a equipe foi derrotada por 3 a 1 para o CSA e ficou a seis pontos do Goiás, quarto colocado, faltando seis rodadas. Fora das quatro linhas, a diretoria estima uma receita de R$ 78 milhões a menos caso o cruz-maltino passe mais uma temporada na segunda divisão, em comparação com o que prevê arrecadar se voltar para a elite do futebol brasileiro.
A maior perda será nos direitos de transmissão. Se estiver na Série A em 2022, o Vasco estima receber R$ 81 milhões da TV, contra R$ 41 milhões em caso de temporada sem final feliz.
De acordo com o documento, o clube ficaria submetido a perdas numa reação em cascata: premiação, bilheteria, marketing e sócios sofreriam redução quando comparado ao esperado na primeira divisão. Ainda assim, o Vasco afirma que conseguirá fechar um segundo ano na Série B caso o plano de pagamento seja aprovado:
"O cenário apresentado apresenta equilíbrio financeiro frágil, mas ainda presente e caracterizado por um saldo mínimo de caixa de R$ 3 milhões no final do exercício de 2022".
Nas previsões, a diretoria conta com a obtenção de um empréstimo em 2022 na casa de R$ 40 milhões para ter capital de giro. Os extremos vascaínos para 2022 são, de um lado, o retorno à Série A e a aprovação do plano de pagamento, e do outro, a permanência na Série B e a não aprovação da RCE. No primeiro cenário, o clube da Colina conseguiria fechar 2022 com um saldo positivo de R$ 33milhões. Do contrário, teria um deficit de R$ 179 milhões, o que, nas palavras do clube, o tornaria "estruturalmente insolvente, incapaz de honrar compromissos operacionais básicos, como salários, fornecedores e impostos. Nesse ambiente, não se vislumbra possibilidade de honrar passivos junto aos credores".
O documento também apresenta uma evolução do pagamento das dívidas cíveis e trabalhistas com o passar dos anos, dependendo do que acontecer ao fim desta temporada. A proposta vascaína é de reservar 20% das receitas correntes para a quitação do passivo e, com isso, se livrar de execuções e penhoras que asfixiam o fluxo de caixa. Consequentemente, o clube, arrecadando mais, espera acertar as pendências mais rapidamente.
Em caso de retorno à primeira divisão em 2022 e permanência na elite nos dois anos seguintes, o clube de São Januário estima conseguir quitar R$ 183 milhões. Mas permanecendo na Série B em 2022 e só conseguindo subir em 2023, o montante de dívidas pago seria de R$ 152 milhões.
Procurado, o Vasco não se pronunciou a respeito dos números no plano de pagamento e nem a respeito das alternativas em caso de cenário mais adverso.
José Bulhões, vice-presidente jurídico e um dos responsáveis pela ação vascaína na Justiça, afirmou no começo da semana que o clube havia sido "conservador e responsável" nas projeções de fluxo de caixa.
Nas estimativas a respeito dos gastos com folha de pagamento, apesar do aumento expressivo na receita em caso de retorno à Série A, o Vasco projeta uma folha de pagamento anual de R$ 74 milhões, apenas R$ 14 milhões a mais do que imagina gastar se não conseguir o acesso em 2021.
Independentemente da divisão, de acordo com o documento, o clube de São Januário planeja uma redução na despesa com pessoal para 2022, uma vez que o gasto no entre setembro e dezembro será de R$ 27 milhões, aproximadamente R$ 81 milhões no ano.
Leo Jabá vai ao chão após o fim do jogo com o CSA, que deixou a situação do Vasco na Série B Fonte: O Globo Online
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