Rodrigo Capelo @rodrigocapelo Mostramos no #RedaçãoSporTV um quadro com expectativas e realidades de clubes de futebol em termos de orçamento. Para você que não assistiu ao programa ou não conseguiu prestar atenção nos detalhes, aqui está. Vou aproveitar para recapitular algumas coisas em um fio rápido. 👇🏻
Fases/posições foram orçadas pelos departamentos financeiros dos clubes, ok? Não por mim. Como tivemos acesso? Em alguns orçamentos, elas estão explícitas. Nos que não estavam, procurei cada diretor/gerente para confirmar quais eram as projeções para cumprir as metas estipuladas. Só pra lembrar: orçamento é aquela projeção que se faz antes de a temporada começar – de preferência, né? – sobre receitas e despesas. Quanto vai arrecadar, quanto vai gastar. Essas projeções esportivas são necessárias porque as receitas hoje são todas variáveis. Meritocráticas. O orçamento é uma lista de pretensões? Não é. Dirigentes de cada um desses clubes adorariam ser campeões de tudo. É importante lembrar disso para não interpretar equivocadamente o quadro ou criticá-los à toa. As projeções mostram necessidades e frustrações em termos financeiros. Cada torcedor vai identificar a realidade de seu clube, então, para encurtar, vou me concentrar aqui em dois exemplos antagônicos. Grêmio e Internacional. Associações tão parecidas em suas características, ao mesmo tempo tão diferentes nas práticas administrativas e financeiras. O que o Grêmio fez? Orçou para 2020 apenas fases em que já estaria de qualquer jeito. Fase de grupos da Libertadores, oitavas de final da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, será difícil ficar abaixo do 8º lugar. A diretoria de Romildo Bolzan Júnior foi muito conservadora. É difícil montar um orçamento conservador porque clube de futebol sofre pressão de torcida e mídia por reforços, investimentos, gastos elevados. A direção do Grêmio teve coragem. Qual é a vantagem agora? Ao superar projeções, "sobra" dinheiro em relação àquilo que era aguardado. O Internacional fez diferente. Marcelo Medeiros – que elevou gastos até mesmo na Série B, podemos lembrar – queria de qualquer jeito manter despesas elevadas. Então a diretoria dele projetou que chegaria em semifinal de Copa do Brasil, quartas de Libertadores, 4º no Brasileiro. Agora que a realidade bateu à porta, com eliminações em fases anteriores às esperadas, faltará grana para arcar com despesas. Ou vende jogador, ou procura crédito, tipo empréstimo em banco. Provavelmente, as duas coisas. Sem contar que o contexto da pandemia complica ainda mais. Alguns clubes assumiram riscos e têm recursos ao alcance. Especialmente aqueles com elencos qualificados, categorias de base com "produção" confiável de bons atletas e tal. Outros não têm solução fácil. Que seria legal ter um futebol brasileiro mais consciente, não tenho dúvida. Fonte: Twitter do jornalista Rodrigo Capelo/Sportv
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