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Vasco arrecadou R$ 33,9 milhões com vendas até setembro; VP de finanças Carlos Leão comenta

Em fim de mandato - com o Vasco a cada dia mais ameaçado e na luta contra o quarto rebaixamento em sua história -, o presidente Alexandre Campello apresentou na última semana o balancete do terceiro trimestre do clube. No ano de pandemia, sem público e arrecadações com bilheteria e venda de jogos (orçados inicialmente em R$ 20 milhões), o resultado parcial tem R$ 33,9 milhões em valores de jogadores. Em 2019, foram R$ 7 milhões registrados em vendas. As valores com repasse de jogadores em em 2020 foram as seguintes: - R$ 20 milhões em Marrony, negociado com o Atlético-MG - R$ 8 milhões em Nathan, negociado com o Boavista de Portugal - R$ 4 milhões por Allan, vendido do Napoli para o Everton. O Vasco recebeu estes valores por mecanismo de solidariedade. Ainda há mecanismo de outros jogadores, como Marlon, ex-Fluminense. Os valores - sem contar o mecanismo de solidariedade (orçamento previa R$ 17,1 milhões) – não chegam aos R$ 46,9 milhões estipulados na previsão orçamentária em relação à venda de ativos, mas representam ganho significativo num ano de baixa arrecadação. Com efeito da pandemia, a diretoria do Vasco prevê arrecadação inferior a R$ 200 milhões. O carro-chefe em venda de atletas seria Talles, mas o desempenho bem abaixo do esperado do jovem atacante, que também passou por lesões desde o fim do ano passado e no início dessa temporada, influenciou nas baixas ofertas que o Vasco recebeu – Krasnodar, da Rússia, chegou a oferecer 10 milhões de euros, o que foi recusado pela diretoria. O vice-presidente de finanças do Vasco, Carlos Leão, que assumiu em março deste ano ano, evita falar especificamente do caso Talles, mas enxerga boas soluções do clube em meio à crise provocada pela paralisação do futebol e a escassez ainda maior de recursos com a pandemia do novo coronavírus. - Na reunião do Conselho Deliberativo (de aprovação do orçamento), falamos que esse número de R$ 46 milhões não era exatamente o Talles contemplado nessa previsão. Não vale nem a pena a gente personificar o jogador que seria vendido. Mas a gente tinha uma meta de R$ 46 milhões para fazer. Logicamente o impacto da pandemia foi bastante significativo. A gente conseguiu fazer 75% desse valor previsto, que eu entendo como um número muito bom e importante, dada a crise mundial que afetou todos os mercados - disse Leão, somando as vendas com os mecanismos de solidariedade.

Carlos Leão é vice-presidente de finanças do Vasco desde março de 2020 O orçamento do Vasco para 2020 previa arrecadação bem superior a do último ano (R$ 208 milhões). A diretoria colocou no orçamento R$ 324 milhões de receitas bruta, com R$ 310 milhões líquida. Até o fechamento do terceiro trimestre, esses valores chegaram a R$ 124,6 milhões, bem distante do estimado. Há diferenças significativas entre o orçado e o realizado até setembro de 2020 nas seguintes linhas: - Direitos de transmissão: R$ 117 milhões orçado – R$ 78 milhões realizados. Boa parte do que falta só vai entrar em 2021. - Sócio torcedor: R$ 48 milhões orçado – R$ 24,2 milhões realizados. A previsão é de chegar ao fim do ano com pouco mais de R$ 30 milhões. - Premiação: R$ 20 milhões orçado – R$ 8,4 milhões de participação em competições + R$ 2,5 milhões de premiação realizados. O orçamento previa, por exemplo, o Vasco até as quartas de final da Copa do Brasil. - Bilheteria e venda de jogos: R$ 20 milhões orçado – R$ 3 milhões realizados Superávit 2020; orçamento 2021 Com a pandemia, o Vasco – e os demais clubes brasileiros – ficaram isentos de cobranças do Profut e do ato trabalhista, dois parcelamentos de longas dívidas. O respiro – somado às vendas e outras receitas - permitiu ao Vasco aliviar as combalidas contas. Com R$ 119,8 milhões de despesas e R$ 124,6 de receitas, o clube registrou superávit de cerca de R$ 5 milhões. - Tivemos mérito de agir muito rápido ao início da crise. A gente traçou um plano de ação, rapidamente a gente foi negociar as dívidas que tinha, postergarmos pagamentos. Fizemos acordos importantes com credores, refizemos acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, interrompemos o pagamento do Ato Trabalhista e do Profut em acordo com o Governo. Isso também ajudou. E conseguimos realizar receitas importantes com a venda de ativos. Isso ajudou a mitigar os impactos dessa crise pandêmica sem precedentes - comentou o vice de finanças. A arrecadação baixa e a paralisação no pagamento de tributos e demais acordos vão fazer com que a dívida, que havia permanecido no mesmo patamar até o segundo trimestre de 2020, aumente no fim deste ano, admitiu Carlos Leão. Em 2019, o clube devia R$ 645 milhões. - Ainda não sei exatamente o quanto será a dívida do ano que vem, ainda temos o mês de dezembro para fechar, mas deve ser um pouco maior. O Profut e o Ato Trabalhista foram postergados. Foram, se não me engano, cinco ou seis meses sem pagar. Com a postergação dessas duas dívidas, por exemplo, isso vai impactar lá na frente porque o Governo naturalmente não deve dar nenhuma anistia, e a gente vai precisar pagar isso em algum momento. Então deve ter um aumento da dívida. Nada significativo, está sob controle - afirmou o dirigente vascaíno. Ainda com futuro político indefinido, a diretoria do Vasco, que cumpre mandato até 19 de janeiro, prepara orçamento para 2021 com diversos ajustes da pandemia. A proposta de orçamento deve ser enviada até o dia 15 de dezembro e ser votada no Conselho Deliberativo até o dia 30 de dezembro. - A gente já está fechando bem os números. O Conselho precisa deliberar esse balanço na segunda quinzena de dezembro. Estamos prevendo uma receita em torno de R$ 310 milhões a R$ 320 milhões para o ano que vem - disse Carlos Leão. Sem diretoria eleita, o clube de São Januário perde dias preciosos na organização de seu futuro financeiro. No segundo dia de dezembro, ainda não há sinal de definição eleitoral nem com uma possível nova gestão de Luis Roberto Leven Siano nem com Jorge Salgado. Nessa terça-feira, o desembargador e relator da eleição do Vasco no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Camilo Rulière decidiu enviar para colegiado a definição sobre o pleito vascaíno. Haverá julgamento virtual - ainda sem data - para definição do caso vascaíno. - A gente não sabe qual dos candidatos assumirá a cadeira de presidente. Assim que tiver uma definição, pretendo sentar com o próximo vice-presidente de finanças e o próximo presidente para colocar o que fizemos no nosso orçamento. E eu pretendo fazer essa transição de forma muito tranquila e benéfica para o clube - encerrou Leão. Confira o balancete abaixo:




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