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Vascaíno de Manaus explica ingresso em ação no STF sobre eleição do Vasco

A batalha jurídica nos bastidores tem marcado o processo eleitoral do Vasco com inúmeras reviravoltas e surgimento de novos personagens. O último deles foi um cidadão de Manaus, que entrou com um pedido de indeferimento da ADPF (Ação de descumprimento de preceito fundamental), interposta pelo partido Solidariedade no STF. Inicialmente apoiador de Leven Siano, o torcedor vascaíno que pediu para manter a identidade em sigilo por medo de represálias, revelou ao Esporte News Mundo os motivos que o levaram a recorrer á Justiça na condição de terceiro interessado e a apoiar a posse de Jorge Salgado. – Na minha opinião a eleição do Vasco se encerrou. O clube tem um presidente eleito. Eu até apoiei o Leven Siano, quando ele estava em campanha, mas depois que saiu o resultado do julgamento do dia 17 de dezembro, na 1ª Câmara Cível do TJ-RJ, para mim acabou. Vi um partido político, que é alheio ao que acontece no dia a dia do clube, com tantas coisas acontecendo no país, preocupado com um assunto interno do Vasco. A questão é que, por mais que a gente diga que não vai dar em nada, cada dia que a ação fica ali é um dia mais de insegurança que atrapalha o clube. – explicou. O cidadão manauara é servidor público e sócio não votante do clube. Segundo ele, o fato de a política estar interferindo nos resultados no futebol o fizeram deixar de lado o apoio ao candidato preferido em prol do bem do Cruz-Maltino. – Eu gostei muito do projeto do Leven, assisti os vídeos, via coerência no que ele apresentava em termos de administração, de gestão, dos conhecimentos que ele tem e tentou demonstrar, mas a eleição acabou dia 17 de dezembro. Muitas pessoas que apoiavam ele, inclusive, concordaram que o Vasco precisava seguir adiante. O time estava na zona de rebaixamento, a política estava interferindo no campo, então tinha que acabar ali. Não importa se ele cumpriu ou não com a palavra, mas sim que não pode mais haver esse tipo de interferência no clube – completou. Confira outros assuntos da entrevista do torcedor ao ENM: Qual a motivação para se manifestar como interessado nos autos da ADPF? Sou apaixonado pelo Vasco desde criança. Tenho acompanhado todas as eleições. Sempre acompanho o clube. Quando o Vasco vem jogar em Manaus estou sempre no estádio. Ainda não tive oportunidade de ir em São Januário, mas já vi jogo do Vasco no Rio de Janeiro, em outros estádios. Primeiro quis ingressar como parte, mas vi que isso não seria acatado. Não disse logo o que queria no meu pedido, apenas queria ingressar no processo e depois mostrar a minha intenção. Escrevi uma manifestação onde solicito o indeferimento da ADPF, porque não existe nenhum preceito fundamental descumprido. O estatuto do clube se adequa à Lei Pelé, que foi recentemente alterada no dia 14 de outubro e ela previa a votação online. Sei que a ADPF tem requisitos a serem cumpridos para ingressar. Eu não entrei com a ADPF, eu entrei como uma manifestação como terceiro interessado dentro da arguição. Você disse ter apoiado Leven Siano durante a campanha eleitoral. Quais motivos o fizeram apoiar agora a posse de Jorge Salgado? Li o voto do desembargador Custódio, relator do acórdão no TJ-RJ e verifiquei que muito do que ele dizia ali fazia sentido para mim. Me baseei no que ele escreveu no meu pedido. O próprio Leven falou que não cabia recurso e depois o partido entrou com uma ADPF, que só o partido pode entrar. O argumento da ADPF é de que a eleição tem que se resolver dentro do clube, mas todo mundo procurou a Justiça para resolver fora. Você alega que não houve violação de nenhum preceito fundamental da Constituição de 1988 no processo eleitoral do Vasco, como por exemplo, a democracia. Por que? O Vasco é um clube nacional, tem muita torcida, mas não dá para comparar o processo eleitoral do clube com o processo eleitoral brasileiro. São mais de 100 milhões de eleitores pelo país e nove mil votantes no Vasco. Se toda a torcida do Vasco votasse, aí a gente começaria a comparar as situações. Mesmo não sendo o candidato em quem eu provavelmente votaria, eu acho que se a Justiça determinou por meio de um acordão, com o voto de três desembargadores, eu acho que não tem mais por que ficar recorrendo. Ainda que simpatizante de Leven Siano, considera o pleito online do dia 14 de novembro válido? O que eu penso da eleição do dia 14 é que ela ocorreu dentro da legalidade porque ela foi auditada. Se a gente pensar em um conceito de democracia mais amplo, a eleição ideal seria com todos os candidatos participando. Infelizmente, o Leven e outras chapas não quiseram participar, então o Vasco perdeu em possibilidades, em alternativas, mas vejo como escolhas pessoais dos candidatos. Se me perguntarem se a eleição foi dentro da legalidade e teve lisura em penso que sim. Os votos que estavam ali não foram inventados, eles realmente existiram. O que se perdeu foi na variedade de candidatos, na múltiplas propostas e ideias. O que achou da possibilidade dos sócios de fora do Rio votarem ? O fato das pessoas de fora do Rio poderem votar foi muito bom. Teve gente até da Antártida votando, se não me engano. Foi muito bom poder ter eleições assim. Se o Vasco já conseguiu fazer isso, que agora coloque de forma clara no estatuto, porque entendo que essa eleição online se deu em uma brecha permitida pela pandemia, caso contrário não vejo como teria sido possível sustentar a legalidade da eleição online. Já que aconteceu, que essa possibilidade passe a figurar no estatuto. O que espera conseguir com a sua manifestação na ADPF? Eu acredito que a ADPF não vai nem ser julgada, eu acho que o relator deve devolver por não encontrar os elementos mínimos de admissibilidade. Acho que o relator nem sequer vai conhecer a ADPF. Agora, caso ele conheça, acredito que mesmo assim será indeferido por nenhum preceito fundamental foi violado.

Fonte: Esporte News Mundo

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