Jorge Salgado foi considerado presidente eleito do Vasco pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), mas a convocação para sua posse ainda é cercada de suspense. De acordo com o estatuto do clube, isso precisa acontecer "na primeira semana da segunda quinzena de janeiro". Ou seja, a partir de sábado (16). A grande questão é que o responsável pela convocação é o atual presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, declarado apoiador do candidato Leven Siano e que ingressou com recursos na tentativa de invalidar a eleição vencida por Salgado, em 14 de novembro. Apesar desta situação conflituosa e de não concordar com a atual situação jurídica do processo eleitoral, o dirigente garantiu que irá convocar até este sábado (16). "Tivemos eleições diretas, portanto, a posse do presidente no único item do estatuto que trata sobre isso, que é o artigo 76 parágrafo 1º, fala em segunda quinzena de janeiro. A convocação será feita até sábado agora. Obedecendo o fim da primeira quinzena. É o que tenho para o momento", declarou Monteiro ao UOL Esporte. O artigo citado pelo presidente do Conselho Deliberativo trata o item específico da convocação dizendo que a reunião acontecerá na primeira semana da segunda quinzena de janeiro. Sendo assim, caso Monteiro faça a convocação neste sábado (16), a posse terá que ocorrer até o próximo dia 22 (sexta-feira da próxima semana).
Trecho do estatuto citado por Monteiro cita o prazo da reunião: "primeira semana da segunda quinzena de janeiro"
E caso Monteiro não convoque?
Segundo o capítulo XXI do artigo 99 do estatuto do Vasco, caso o presidente do Conselho Deliberativo não faça a convocação e seu vice também não, o presidente da Diretoria Administrativa (Alexandre Campello) pode fazê-la em última instância dois dias após a expiração do prazo:
"Convocar a Assembleia Geral ou o Conselho Deliberativo 2 (dois) dias após a expiração do prazo designado para a convocação se não o fizerem a tempo os respectivos Presidentes ou Vice-Presidentes".
Ou seja, se Roberto Monteiro não convocar entre os dias 16 e 17, seu vice, Sérgio Romay — membro de seu mesmo grupo político — pode fazer a convocação no dia 18. Se isso também não acontecer, Campello poderá fazê-la no dia 20, marcando a reunião para 22.
Trecho do estatuto que determina o que precisa ser feito caso a convocação não aconteça pelo responsável Desembargador fala em punições Na última terça-feira (12), o desembargador Custódio de Barros Tostes, da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), rejeitou os recursos de Leven Siano e do próprio Roberto Monteiro, que tinham como objetivo um efeito suspensivo sobre a decisão que legitimou a vitória de Jorge Salgado à presidência do Vasco. Na decisão, um ponto em específico chamou a atenção no que se refere ao descumprimento do que foi determinado pelo Judiciário. O trecho diz: "(...) É dizer: em colisão ambos os pronunciamentos em determinada situação concreta, deve-se cumprir aquele consolidado pelo Judiciário, sob as penas definidas pela lei adjetiva cível e quiçá penal". Para aliados de Jorge Salgado, o documento aponta que, caso Roberto Monteiro não faça a convocação, poderá estar sujeito a tais punições. O UOL Esporte questionou a Roberto Monteiro, por WhatsApp, sobre sua interpretação em relação ao tema, mas até o fechamento desta reportagem ele não respondeu sobre o assunto. Fonte: UOL
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