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Foto do escritorLPVRJ

Riquelme traça meta no Vasco: 'Quero sair daqui como ídolo'

Nome de craque ele tem, e o drible já é uma característica que o acompanha antes de nascer. O lateral-esquerdo Riquelme só tem esse nome porque o pai, Wescley, como um habilidoso jogador, escondeu o jogo de Rosilaine e registrou a joia do Vasco como xará do astro argentino em 28 de agosto de 2002. Mas outro genial ex-jogador e muito mais familiar aos vascaínos é quem mexe com o atleta de 18 anos: Felipe, o Maestro. Embora só tenha acompanhado a reta final da carreira do ídolo, que já atuava no meio-campo, Riquelme tira ensinamentos do craque com vídeos no YouTube e também de papos que tiveram via Instagram. - Antes dos jogos, eu vejo muitos vídeos do Felipe. Me inspiro nele, não só nele, mas também no Alphonso Davies, do Bayern de Munique. O Renan Lodi eu comecei a acompanhar depois que eu fui completar alguns treinos na Seleção, e ele conversou bastante comigo. E o Marcelo. São laterais da minha característica de ser ofensivo. Felipe, Alphonso Davies e o Marcelo são essenciais para mim. O Renan Lodi eu venho acompanhado há algum tempo - afirma o jogador, promovido ao elenco profissional. Riquelme revela que Wescley o orientou a acompanhar a carreira de Felipe não apenas pelo encantamento que o ídolo lhe causava, mas principalmente para evoluir como jogador. O vascaíno, nascido em Barra Mansa, acredita que conseguiu aprender a "arrastada" do craque. - Eu peguei o final da carreira dele como meia no Vasco, não o acompanhei como lateral. Meu pai é vascaíno doente, fãzaço do Felipe. Meu pai sempre falava para eu ficar vendo os vídeos do Felipe. Inclusive quando comecei a jogar de lateral, meu pai começou a me dar instruções: "Assiste aos vídeos do Felipe porque às vezes o ponta vem fechando a lateral, você corta para o meio. Quando ele fechar o meia, você dá no ponta e faz um-dois". - Essa arrastada que eu tenho para o meio foi bastante por causa dos vídeos dele. Quando a bola vem, o ponta vai fechar o fundo. Como eu sou rápido e habilidoso, tenho a facilidade de cortar para o meio e fazer a tabela. Mas já que muitos torcedores não têm o hábito de acompanhar os jogos da base, como o próprio Riquelme se autodefine. O jovem trata de qualidades, defeitos, versatilidade e cita aprendizados conquistados através do Torneio Internacional Sub-20 que disputou com a seleção de André Jardine no início do mês, na Granja Comary, em Teresópolis. - Sou um lateral muito ofensivo, gosto de ter a bola e de atacar no momento certo. Tenho um bom passe, boa finalização, sou um jogador versátil. Eu era meio-campo quando cheguei ao Vasco. Faço os dois lados como extremo, jogo por dentro também, mas prefiro jogar mais na lateral. Se precisarem nessas outras posições, me coloco à disposição. - Inclusive fiz um gol na Seleção, o professor Jardine perguntou se eu já tinha jogado ali (na ponta). Disse que já, e ele optou por me colocar na ponta. Graças a Deus fui bem, fiz o gol. E sobre onde tenho de melhorar, como eu sou um lateral muito ofensivo, para eu atacar e voltar, o volante tem que fazer a minha cobertura. Às vezes não vou conseguir voltar a tempo, e o Jardine conversou bastante comigo. Disse para eu sustentar a linha de quatro, para eu fechar bem e jogar os pontas para fora. Aprendi bastante coisas com ele que eu achava que eu sabia, mas aí aprimorei com ele. Claro que a gente não é perfeito, e eu busco sempre melhorar em cima dos meus erros. Sobre os sonhos com a Cruz de Malta, símbolo que carrega no peito desde o berço, Riquelme não é modesto: mira as principais conquistas possíveis para um clube brasileiro e a paixão dos fãs. - Sempre que me perguntam isso eu falo em ser campeão brasileiro ou a uma possível vitória da Libertadores. Quero sair daqui como um ídolo. Sei que é difícil, mas, enquanto eu estiver vestindo essa camisa, vou dar meu máximo em campo. Continuar focando, trabalhando e pegar conselhos das pessoas que querem o meu bem para as coisas começarem a acontecer. Confira outros tópicos da conversa com a Joia 2021 do Vasco: Quem escolheu o nome Riquelme? - Meu pai que escolheu, minha mãe sempre queria que eu me chamasse Emanuel, nome biblíco e do meu avó, só que o meu pai foi antes no cartório, registrou, teve uma briga entre eles, mas ficou tudo bem. Agora, parando para pensar, melhor ter ficado com Riquelme mesmo. Meu pai era muito muito fã dele, acompanhou quase a carreira toda dele na seleção argentina e no Boca Juniors. Eu peguei a Libertadores de 2012, contra o Corinthians. Como e quando chegou ao Vasco? - Sou de Barra Mansa. Eu cheguei em dezembro de 2011 (tinha 9 anos). Jogava futsal pelo Barra Mansa na escolinha de um parceiro do meu pai chamada Vazado. Teve uma final contra o Helênico, o jogo estava 3 a 0 para eles, e terminou em 7 a 5 para nós. Eu saí do banco, era o artilheiro da competição, fiz cinco gols e dei uma assistência. Nesse caso, eu já estava fazendo teste no Vasco. O pessoal do Vasco foi assistir à essa final, e eles me disseram que eu estava aprovado. Sim ao Vasco por amor em detrimento aos rivais - Fiquei feliz e bastante tranquilo com o acerto com o Vasco. Flamengo, Fluminense e Botafogo estavam atrás de mim, mas optei pelo Vasco por ser o meu time de coração, por ser o time do meu pai e o sonho dele. E por ser mais perto da minha cidade. Na época, o treino era em Itaguaí no CT. Dali, eram 40 minutos ou uma hora no máximo para Barra Mansa. Como foi chegar ao time de coração? - Foi um momento de muita felicidade, meu pai é vascaíno doente e eu também sou muito vascaíno. Ficávamos naquela dúvida de qual clube escolher, mas quando os caras do Vasco foram assistir à final pesou bastante, e eu falei: "Tenho que ir para o clube de coração e, graças a Deus, estou no Vasco até hoje. Acredita que pode virar solução financeira para o Vasco no futuro? - Pelo potencial, pelo que venho fazendo e pela estrutura que tenho fora de campo, acho que posso ser uma solução tanto financeira quanto na parte técnica. Sei que tem muita coisa a melhorar ainda. Fui convocado para a Seleção, e muitos erros meus corrigi lá. Talvez eu achasse que não tinha esses erros. Não só eu, como outros meninos como Talles e Vinícius, queremos subir para ser uma solução, mas para que possamos ajudar o time também. Que a gente possa ajudar o Vasco a ganhar. Uns se adaptam mais rapidamente, outros aos poucos. - Eu fico bastante tranquilo, ainda não estreei. Às vezes fico na ansiedade de jogar, mas minha mãe e meus empresários sempre falam que tudo é no tempo. Não adianta acelerar o processo, as coisas têm que ser no tempo certo. Estreia ideal - Queria que fosse com São Januário lotado, e a torcida gritando meu nome. Mas, por causa da pandemia, pode ser que eu não estreie com torcida. Espero que seja com vitória, que eu possa fazer uma boa partida e que seja o início de uma carreira brilhante. Com um gol quem sabe? - Um gol e uma assistência ficam bem. Qualquer um dos dois está bom (risos). Cruza na área, a bola bate em alguém e sobra para o Cano... Tá bom demais. Como o Vasco tem dois laterais no elenco profissional, você acredita que pode ser opção para a meia ou para a ponta ainda nesse Brasileiro? - Posso. Tenho certeza que se ele me colocar na ponta esquerda ou direita, eu vou jogar. Se me botar no meio também, apesar que estou há algum tempo sem jogar de meia, a adaptação pode demorar. Agora, jogar nas duas pontas é praticamente como se eu fosse um lateral. Se ele precisar de mim, eu estou aqui. Na seleção brasileira você jogou de pé trocado. Qual lado você gosta mais? - Os dois lados, mas o pé trocado tem a facilidade de você tanto cortar para dentro quanto para o meio. Tem o chute também. Não vejo diferença, mas prefiro jogar de pé trocado. Depois que fiz o gol, prefiro jogar de pé trocado (risos). Hoje em dia temos visto laterais mais fortes fisicamente ganhando espaço. Você acredita que pode sobressair magrinho ou crê que tenha de ganhar peso? Acho que meu futebol sobressai por eu ser rápido e por pessoas próximas a mim conversarem bastante. Vários dizem para eu não ir no corpo. Tem muito magrinho com muita força e muita gente não vê. Depois do treino, dou minha malhada, passo na fisioterapia. Pelo meu pai ser muito magrinho e pelo meu tio ser muito alto, creio que o ganho de massa muscular é um processo mais demorado, mas tenho ganhado bastante. É importante eu aprimorar nessa parte física. Pego o exemplo do Alphonso Davies. Eu aprimorando isso, creio que eu poderia melhorar em outras coisas. Papos com Felipe Maestro - Só pelo "direct" do Instagram que troquei umas ideias com ele, mas pessoalmente não. Ele me deu moral. Eu estava assistindo à final da Libertadores de 98, o marquei nos "stories", e ele respondeu. Começamos a conversar, ele me deu umas ideias e disse que, se Deus quiser quando passar essa pandemia, vamos nos encontrar. Que dicas ele te deu? - Ele falou para eu sempre treinar depois do treinamento. Seja no campo, fazendo cruzamentos e finalizações, ou na academia. Disse para sempre eu escutar meus pais, ter cabeça boa e paciência porque no futebol é preciso muita resiliência. Às vezes você acha que algo vai acontecer e ocorre o contrário. Falou para eu focar. Disse que eu não preciso mostrar meu futebol mais para ninguém porque as pessoas sabem do meu potencial. E para eu aprimorar os erros que as coisas aconteceriam naturalmente. Você fica à disposição para a final da Copa do Brasil sub-20 ou permanece de vez no profissional? - Eu quero jogar e ajudar o time sub-20. Conversei bastante com o pessoal do profissional, eles falaram que eu tinha subido em definitivo. Mas conversei com eles que, quando eu não for relacionados para os jogos do profissional, para que eu possa descer para jogos do sub-20. Seja em jogo decisivo ou jogo normal. É para eu pegar ritmo de jogo. - Para eu ter sido convocado para a seleção do Jardine isso foi uma questão fundamental. Eu estava só treinando no profissional, acho que fiquei uns seis ou sete meses parado e voltei a jogar. O Jardine disse que é sempre importante estarmos jogando. Acho que eu jogo o segundo jogo da final porque o próximo jogo do profissional é só no dia 7. Eu prefiro jogar essa final.

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